25 / 10 /2006 - 6ª Bienal do Mercosul divulga nomes de curadores e artistas
RIO GRANDE DO SUL, Porto Alegre - Em Porto Alegre, 24 de outubro, o curador-geral da 6ª Bienal do Mercosul, Gabriel Pérez-Barreiro, anunciou nomes de curadores e dos três artistas com exposições monográficas no evento que terá lugar em Porto Alegre, de 1° de setembro a 18 de novembro de 2007. A divulgação aconteceu durante palestra aberta do artista argentino Jorge Macchi - um dos três artistas convidados para exposição monográfica.
Desde agosto, Pérez-Barreiro tem divulgado as linhas gerais do projeto curatorial inspirado na metáfora "A Terceira Margem do Rio". Recentemente, o curador-geral acompanhou o curador pedagógico da 6ª Bienal do Mercosul, Luis Camnitzer, em primeiras reuniões de trabalho com equipe e comunidade local. Agora, Pérez-Barreiro apresenta a equipe de curadoria assim constituída:
Gabriel Pérez-Barreiro
Curador-geral – Doutor em História e Teoria da Arte, curador de arte latino-americana do Museu de Arte Blanton da Universidade do Texas em Austin, espanhol, residente em Austin, Texas.
Foi Diretor de Artes Visuais da Americas Society em Nova York por três anos até 2002 e curador da Coleção de Arte Latino-americana da Universidade de Essex entre 1993 e 1998. Tem curado e produzido numerosas exposições de arte latino-americana na Europa e nos Estados Unidos, entre elas mostras de Lygia Clark, Geraldo de Barros, Rivane Neuenschwander e Iran do Espírito Santo. Atualmente, está preparando The Geometry of Hope: Latin American Geometrical Abstraction from the Patricia Phelps de Cisneros Collection para o Museu de Arte Blanton e a Grey Art Gallery de Nova York. Tem proferido conferências sobre arte latino-americana em diversas instituições, entre elas o Museu de Arte Moderna de Nova York, o Metropolitan Museum of Art, Harvard University, o Museu Guggenheim, a Oxford University e a Fundação Iberê Camargo.
Luiz Camnitzer
Curador Pedagógico – Artista e professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, uruguaio, mora em Nova York (NY).
Nasceu na Alemanha, em 1937, mas foi criado no Uruguai, país de onde é cidadão. Formado em arquitetura e escultura no Uruguai, estudou escultura e gravura na Academia de Munique. Nos Estados Unidos desde 1964, Camnitzer é professor de arte da Universidade do Estado de Nova York em Old Westbury, Nova York, e escreve com freqüência para várias publicações especializadas. Desde a década de 60, participou de numerosas exposições coletivas e individuais nos EUA, América Latina e Europa. Foi um dos artistas a fazer parte da 1ª Bienal do Mercosul.
Alejandro Cesarco
Curador da mostra Conversas – Artista e curador independente, uruguaio, residente em Nova York (NY).
Formado pela Universidade de Nova York (Master em Belas Artes) e pela Universidade Católica do Uruguai. Expôs, entre outros lugares, na galeria Murray Guy (NY), em Art in General (NY), na Kraljevic Gallery (Zagreb, Croácia), no Centro Cultural de Espanha (Montevidéu), em El Museo del Barrio (NY), TestSite (Austin, Texas), no Museu Nacional de Artes Visuais (Montevidéu), na Coleção Engelman-Ost (Montevidéu) e no Bronx Museum of the Arts (NY). Foi curador das mostras Felix Gonzalez-Torres, no Museu Nacional de Artes Visuais (Montevidéu), I/ME/MY, no Centro Cultural Molino de Pérez (Montevidéu), Tim Rollins & K.O.S. e Chapter V, ambas na Art Resources Transfer (NY). Co-organizou o ciclo Visitas no Centro Cultural Rojas (Buenos Aires). É editor de Between Artists, uma série de publicações baseadas em conversas entre artistas. Atualmente, reside em Brooklyn, NY.
Inés Katzenstein
Curadora da mostra Zona Franca – curadora e historiadora da arte, curadora do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA), argentina, residente em Buenos Aires.
É formada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Buenos Aires, com Master em Estudos Críticos e Curatoriais no Centro para Estudos Curatoriais, Bard College (NY), apoiada pelo Fundo Nacional das Artes e Fundação Antorchas. Escreveu sobre arte contemporânea em diversas publicações especializadas da Argentina e do exterior. Foi editora de Guillermo Kuitca, Drawings (Sperone Westwater, 1998) e de Listen, Here, Now! Argentine Art of the Sixties: Writings of the Avant-Garde (Museu de Arte Moderna de Nova York, 2004). Entre outras exposições, curou Liliana Porter: Fotografía y ficción (Centro Cultural Recoleta, 2003) e David Lamelas: Extranjero, Foreigner, Etranger, Austlander (Museu Rufino Tamayo, México DF, 2005), editando os catálogos das duas exposições. Atualmente, é curadora de Malba-Colección Costantini e faz parte do Comitê Assessor da revista Otra Parte (Buenos Aires).
Luis Enrique Perez Oramas
Curador da mostra Zona Franca – curador e historiador da arte, curador do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), venezuelano, mora em Nova York.
É escritor, poeta e historiador da arte. Recebeu seu doutorado sob orientação de Louis Marin e Hubert Damisch na Escola de Autos Estudos em Ciências Sociais (Paris) em 1994. Foi professor de historia da arte na Universidade de Haute Bretagne-Rennes 2 (Rennes, França), na Escola Regional Superior de Belas Artes de Nantes (França) e professor de história da arte e arte moderna latino-americana no Instituto de Estudos Superiores de Artes Plásticas Armando Reverón (Caracas). Foi curador da Coleção Patricia Phelps de Cisneros (Caracas) de 1995 a 2002 e, atualmente, é curador-adjunto no departmento de desenho do MoMA.
Moacir dos Anjos
Curador da mostra Zona Franca – curador de arte e pesquisador, diretor geral do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), Recife, brasileiro, mora no Recife.
É pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, desde 1989. Integrou a equipe de coordenação curatorial do Programa Itaú Cultural Artes Visuais (2001-2003). É curador da próxima edição do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2007). É curador, com Paulo Sérgio Duarte, da participação brasileira na ARCO - Feira de Arte Contemporânea, em Madri (2008). Dentre as exposições de que participou como curador, destacam-se: Geração da Virada (2006), no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (co-curador: Agnaldo Farias); Rosângela Rennó (2006), no Mamam; Babel - Cildo Meireles, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006). É autor de Local/Global: arte em trânsito (Rio de Janeiro: Zahar, 2005).
Ticio Escobar
Curador da mostra Três Fronteiras – curador e crítico de arte, diretor do Museu del Barro / Centro de Artes Visuais, paraguaio, mora em Assunção.
Entre 1991 e 1996, foi diretor de Cultura do município de Assunção. É Presidente do capítulo paraguaio da Associação Internacional de Críticos de Arte. É membro do Claustro do Doutorado em Filosofia, Estética e Teoria da Arte da Universidade do Chile. Tem diversos títulos sobre arte paraguaia e latino-americana publicados. Entre seus livros publicados individualmente, destacam-se: Una interpretación de las artes visuales en el Paraguay (Coleção das Américas, Assunção, 1982 e 1984); La belleza de los otros - arte indígena del Paraguay (RP e Museo del Barro, Assunção, 1993); Sobre Cultura y Mercosur (Edic. Don Bosco Ñandutí vive, Assunção, 1995); El arte en los tiempos globales (Edic. Don Bosco, Assunção, 1997); La maldición de Nemur. Acerca del arte, el mito y el ritual de los indígenas ishir del Gran Chaco Paraguayo (Centro de Artes Visuais / Museo del Barro. Assunção, 1999); El arte fuera de sí (Centro de Artes Visuais / Museo del Barro, Fondec, Assunção, 2004).
Para as exposições monográficas da 6ª Bienal do Mercosul, o curador-geral selecionou nomes que representam diferentes momentos da história da arte latino-americana. Os três artistas são:
Jorge Macchi – (Buenos Aires, 1963) É um dos artistas contemporâneos mais relevantes e reconhecidos da atualidade. A exposição monográfica permitirá a primeira visão geral de sua trajetória em continente americano. A obra de Macchi distingue-se por suas meditações sutis sobre as possibilidades poéticas da vida cotidiana. Macchi trabalha com objetos do dia-a-dia numa variedade de meios, incluindo instalações, vídeos, colagens e fotografias. Participou da 4ª Bienal do Mercosul.
Öyvind Fahlström – (São Paulo, 1929 - Estocolmo, 1976) A participação na 6ª Bienal do Mercosul será a primeira apresentação no Brasil do trabalho de Öyvind Fahlström, o único artista brasileiro a ser homenageado com exposições monográficas no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Centre Georges Pompidou, Paris, e na Moderna Museet de Estocolmo. Esta exposição exibirá a obra gráfica do artista, na sua totalidade, sendo ele um inovador internacional nesta linguagem.
Francisco Matto – (Montevidéu, 1911 - 1995) Foi um dos participantes mais importantes do Atelier Torres-García no Uruguai. A obra do artista é significativamente marcada pelo seu profundo interesse pelas culturas pré-colombianas, o que o levou a formar sua própria coleção de arte pré-hispânica. Matto representa um dos caminhos mais originais a partir dos ensinamentos do Universalismo Construtivo de Torres-García, alcançando uma perfeita união entre a arte antiga e as linguagens contemporâneas. Participou da 1ª Bienal do Mercosul.
Questionado sobre as formas pelas quais as trajetórias em exposições monográficas relacionam-se com a metáfora da terceira margem do rio, o curador-geral respondeu: "Todos (os artistas) foram escolhidos por representar o conceito da terceira margem; a possibilidade de criar uma terceira realidade entre duas percepções opostas. No caso de Matto, é a união entre arte antiga e contemporânea, no de Fahlström, é a relação entre a política e o Pop e, no de Macchi, o encontro da arte conceitual e da emoção que geram as alternativas".
Revista Museu